[Hoje acordei com saudades de Portugal. Imagens lindas e ternas do país e de sua gente me voltam, são tantas... Hoje acordei com saudades de Portugal. Para diminui-las, copio abaixo o poema deste jovem poeta brasileiro]
À beira do Tejo
Finjo não ver: a noite
me esconde, e não sei
mais o que é preciso.
Finjo que vou à janela
e grito os palavrões
habituais. Finjo ser
Fernando Pessoa,
a fingir as dores de si e de
todos em volta de si. Mas
finjo sem a mesma
convicção: não, não há como
ser Fernando Pessoa, e há
essa outra vida no além mar,
no depois. Finjo a inteira
consciência deste outro,
deste lado do Atlântico.
A essa hora da noite,
entretanto, finjo mais que tudo
o cigarro que jamais traguei.
Nilson Galvão
* Há mais poemas do Nilson Galvão aqui
** Imagem daqui
17 comentários:
Como sempre, feliz e grato. E honrado, muitíssimo honrado por estar aqui no Enredos e Tramas. Valeu, Janaína!!
Nilson é beleza pura.
Janaína,
Tuas saudades de Portugal, me trazem as saudades do Brasil que não conheço mas que tanto me lembra a minha infância e juventude em África, essa Angola e Moçambique que não existe mais como a conheci...
E o Rio de Janeiro me faz sonhar com a baía de Luanda... quem sabe se um dia não vou aí conferir!
Adorei o poema... uma homenagem a Pessoa e não só.
Acho que vou levá-lo comigo.
Um beijo
Gostei de tudo.Da imagem, daas saudades referidas, do belo poema de um autor que não conhecia. Será que ele se importaria que eu o divulgasse?
Abraço amigo
Gostei de tudo: das saudades, da imagem e do belo poema de um poeta que passei a conhecer.Será que ele se imoportaria que eu divulgasse este poema?
Nilson, eu é que fico feliz de ter seu poema aqui. Amélia, tenho certeza de que Nilson Galvão não se opõe a que divulgue seu poema - ao contrário! :-)
Meg, o Rio de Janeiro que eu conheci também não existe mais fisicamente - só em minhas memórias, e nisso lembra tua Angola e Moça,bique.
Abraços a todos.
Gostei
Bem-vinda ao meu mar
Poxa, estes dias falei de Portugal tb, saudades... fui feliz lá, bjs Laura
Nilson é um poeta verdadeiro. O belo poema vem passear do Blag para o Enredos, assim multiplicando os leitores.
Ola,
Desculpe a demora em retribuir sua visita vim te convidar a participar de um concurso que estou fazendo no blog se chama CONTADOR DE HISTORIAS o tema de outubro e hallowee se quiser passa la dar uma conferida esta no menu lado direito.
http://kriativa.zip.net
Bjos
Belo poema!
Ah o Tejo...
Beijinho
Gostei muito da poesia do Nilson, Janaína. E eu que não conheço Portugal, senti saudades... Beijos.
Saudade não está nem aquém nem além mar.
É o mar.
Assim como Pessoa não é do Tejo ou de Portugal, é do mundo, universal.
Cabe em cada alma e não depende de geografia não, por isso talvez navegar seja tão preciso...
O poeta brasileiro é muito bom!
Gostei muito do poema de nilson Galvão. Ainda não o conhecia. Se o poeta, como dizia Pessoa, é "antes de tudo um fingidor", ele está de parabéns! E vc Janaína, por apresentar-nos. Obrigada.
Bjs
Poemas belos, a saudade mora neles. beijos.
O poema é lindo, mas a foto é estonteante.
Belíssima Portugal.
Beijos e boa semana.
Cada palavra é a partida para um encontro – muita vez anulado – e só é verdadeira quando, para esse encontro, ela insiste, a palavra. Yannis Ritsos, poeta grego.
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